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Diálogos entre cultura e educação na escola
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Vale dizer que, embora a escola seja o local privilegiado da apropriação do conhecimento, ela não é o único na sociedade. Em grandes cidades, como São Paulo, temos vários locais de acesso a conhecimento. Existe, ainda, todo o conhecimento que pode vir por meio da internet e de todas as tecnologias hoje disponíveis, assim como de equipamentos e projetos culturais conduzidos por organizações não governamentais.
  
Nesse contexto, um terceiro caminho para aproximar educação e cultura pressupõe a articulação da escola com esses vários locais de conhecimento, equipamentos e projetos de cultura, de forma que esta aliança traga um impacto positivo efetivo na aprendizagem das crianças e dos adolescentes. 

Hoje, no Brasil, há projetos conduzidos por inúmeras ONGs que são belíssimos e muito importantes no sentido de levar a crianças e jovens alternativas à indústria cultural e à grande mídia e de ampliar seu universo, por meio do resgate de tradições culturais que eles ouviram em suas casas ou que eles próprios vivenciaram, nos campos das artes plásticas, literatura, comunicação, teatro e música.


Além disso, dezenas de projetos dessas organizações no país já trabalham com um conceito de cultura mais ampliado, ou seja, não uma cultura vista apenas como evento cultural, e sim relacionada com cidadania, sustentabilidade, patrimônio cultural e outros campos. 

Esses projetos podem também atuar com as escolas, inserindo as suas especificidades, de música, teatro ou outros campos, por exemplo, a questão do letramento. Em termos práticos, a idéia é que o letramento seja um eixo central nos projetos culturais, totalmente integrado às atividades e dinâmicas, seja na letra da música, no texto do teatro, na instrução para construir um instrumento.

A abertura da escola à cultura de seu território, a escolha de uma grade curricular que valorize a pluralidade e a diversidade cultural local e o intercâmbio da escola com produções e produtores de cultura na sociedade são alguns caminhos para unir educação e cultura. Os desafios, contudo, são muitos e continuam postos, e cabe aos educadores e à sociedade engendrar novas aproximações possíveis. 


Maria Alice Setubal, 58 anos, é socióloga, mestre em Ciências Políticas pela USP e doutora em Psicologia da Educação pela PUC-SP, presidente da Fundação Tide Setubal e diretora-presidente do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec), onde atua há mais de 20 anos. Foi consultora do Unicef na área educacional para a América Latina e o Caribe.

alunas: jessica felix, jocilene vasconcelos e priscila santos




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